sábado, 28 de maio de 2011

ALICE E O CAMINHO DE VOLTA

Questionamentos no caminho de um diagnóstico.

"Como é difícil o caminho de volta !" Alice se pergunda enquanto caminha pelo País das  Maravilhas e tenta voltar para o lugar de onde veio.Mas voltar pra onde? Onde é o nosso lugar ? Pra onde deveríamos ir? Essa confusão na nossa cabeça é algum  reflexo de uma vida cada vez mais rápida e exigente ? Como é difícil ver o que estamos sentindo diante de tantas coisas que acontecem em nossa volta cada vez mais rápido!!! Não é exclusividade de um TDAH tudo isso que relatei e na verdade , nem exclusividade minha. Hoje , dia 28 de maio de 2011, estou mais confusa do que o que realmente possa dizer que é o meu normal. Estou um pouco cansada de minha perigrinação por respostas , mas é um cansaço até bom, é um cansaço muito diferente da inércia, é um cansaço produtivo. Embora eu tenha consciência de que todos nós passamos a vida em busca de respostas que nunca teremos , ou pelo menos que provavelmente serão mudadas ou que não serão de maneira alguma absolutas, a resposta que no momento procuro é o motivo desse blog: o que é o TDAH e se realmente o tenho. O TDAH na vida adulta é ainda uma coisa muito controversa e complexa , tenho procurado a ajuda de diversos especialistas que dentro de sua área se contrapõem uns com os outros e ainda tenho um TDAH interrogado. Mas não fique desapontado , se alguém por ventura , esteja acompanhando esse blog e tenha um diagnóstico fechado (acredito que vc já tenha passado por isso e possa me ajudar). Pois todo mundo tem um TDAHzinho dentro de si, o que , se for concluido que o não tenho em nível de transtorno, não desmerecerá em nenhum momento tudo o que escrevi aqui até agora em relação a você. 

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O COELHO BRANCO E O TEMPO

O tempo tdah

Sigo um coelho branco que olha um relógio e corre apressado para algum lugar. O engraçado é que geralmene perco o tempo das coisas, dos horários , dos lugares. Nosso tempo é um pouco diferente dos outros pois entre o lugar que deveríamos ir ou a coisa que devemos fazer existe uma dimensão paralela que nos arrasta para outro mundo, o país das maravilhas. Tenho problema com atrasos, com o tempo de tarefas diárias , adio as coisas que deveria resolver. Tudo isso, e geralmente não temos consciência disso, tem a ver com fluxo de idéias e impulsos que nos rondam o tempo todo.É difícil administrar tudo isso, mas a conscientização é uma forma de ajudar a lidar com tantas limitações que os TDAH's tem. O controverso disso, é que ao mesmo tempo que o ponteiro do relógio anda correndo ao fazermos nossas tarefas diárias, sempre achando que dá pra fazer mais isso ou melhorar aquilo, temos intolerância ao horário dos outros. A difícil arte de esperar que alguém termine de fazer algo ou esperar o atraso de outro é um tempo ilimitadamente enorme , uma eternidade , que nos agustia e muita vezes nos irrita.

sábado, 7 de maio de 2011

EIS O PAÍS DAS MARAVILHAS

Um mundo diferente visto de perto
                Um diagnóstico de depressão e a sensação de fragilidade fez com que eu abandonasse a cortina de fumaça que envolvia meus sentimentos e demonstrasse mais às pessoas o que estava sentindo. Desde quando comecei a tomar antidepressivos, não podia mais esconder das pessoas com quem convivia o que estava acontecendo comigo, então assumi que estava com depressão a todo mundo. Geralmente as pessoas escondem com vergonha ou por não aceitarem a sua condição, e até confesso que foi muito corajoso de minha parte me expor daquela maneira. Mas como muitas religiões pregam talvez do meu sacrifício tenha vindo a minha redenção e foi a partir de uma conversa com o coelho branco que surgiu a suspeita de que eu tinha TDAH. Sempre me senti bastante inquieta, principalmente mentalmente, mas pelo fato de não apresentar uma hiperatividade física sempre descartei essa hipótese. Procurei fazer terapia, muito recomendado para quem apresenta um quadro depressivo e então informei a minha psicóloga sobre essa possibilidade e foi assim que começamos a investigar. Durante várias sessões, o chapeleiro maluco (talvez uma das poucas pessoas que me leva a sério) leu trechos de Mentes Inquietas, um best seller de Ana Beatriz B.Silva , para que ao mesmo tempo em que me informava sobre o transtorno também pudesse  analisar diante do meu histórico de trapalhadas um diagnóstico mais preciso, confrontando a minha realidade diante das características de um TDAH. Prontamente me identifiquei , como se finalmente tivesse encontrado meu lugar no mundo. Descobrir esse universo abriu as portas para que começasse a entender o que eu sempre senti, de onde vinha a confusão da minha cabeça, porque acontecia certas coisas justamente comigo. Também venho pesquisado muitas coisas na internet sobre o assunto, já que tenho a sensação que perdi muito tempo da minha vida sem diagnóstico, e o pior : sem um tratamento, sendo rotulada de várias coisas desagradáveis por algo que não conseguia nem dominar e nem entender. Assim , eu estou  procurando me informar sobre o assunto, me agarrando como uma desesperada na possibilidade de finalmente tentar entender porque sempre me achei um peixe fora d’água e quem sabe descobrir que no País das Maravilhas talvez exista um oceano onde finalmente possa nadar livremente, sem culpas, sem barreiras , sem estigmas.
Abaixo uma entrevista de Ana Beatriz B.Silva no progama sem censura onde a mesma fala sobre o TDAH.


sexta-feira, 6 de maio de 2011