Descobri que tinha TDAH quando tive uma crise depressiva mas, na verdade, sempre senti que tinha uma alma de "Alice". Existe muito preconceito sobre a depressão , o que dificulta muitas vezes que a pessoa que sofre desse mal procure ajuda. Já percebi que existem alguns pre-requisitos para se ter essa doença. Uma delas é a pré-disposição genética, a outra talvez seja uma "alma de Alice", uma sensibilidade a flôr da pele que faz com que as "micro-coisas" se agigantem diante de nossos olhos, potencializando nossos sentimentos mais profundos. Seria a vida vista por uma lupa : coisas que as outras pessoas talvez menos "alices" não percebam ou não se importem. O quadro depressivo precisa ser levado a sério , pois muitas pessoas ainda acham que é besteira , coisa de gente fraca, sem fé , negativa , que não sabe o que outras pessoas sofrem pelo mundo. Você não precisa passar fome ou estar com uma doença incurável , ou perder um ente querido para ficar depressivo. O que a gente sente não pode ser mensurado através dos outros e sim , de nós mesmos , pois sentimento é algo muito subjetivo. Portanto, quem sofre desse mal , deve procurar ajuda sim , de médico e de terapeutas pois não se sai desse quadro sem ajuda de especialistas. Eu, Alice , que luta diariamente contra os Jaguadartes do cotidiano , procurei ajuda e não me arrependo nem por um segundo. Procurei um clínico geral que confiava , depois fui a um psiquiatra , não gostei dele, mudei de psiquiatra e comecei a fazer terapia. Descobri muitas coisas legais a meu respeito , e apesar dos meus altos e baixos , posso dizer seguramente que me tornei uma pessoa melhor , e que sem ajuda desse profissionais , dos meus amigos e da minha família , não consegueria nem me levantar da cama todos os dias. Deixo aqui , a quem posso ler esse desabafo , um incentivo de coragem para encarar seu Jaguadarte pessoal e mudar sua situação , acredito que provisória e metamórfica , para um novo país da Maravilhas de muita paz e alegria.
TDAH: um assunto ainda cheio de mitos e com muito a entender. Vamos descobrir juntos? Se você tem, acha que pode ter ou convive com alguém assim, esse blog pode servir para trocarmos informações.
sábado, 27 de agosto de 2011
sábado, 13 de agosto de 2011
O País das maravilhas : um mundo novo a ser explorado.
TDAH : Rotina x Novidade
Alice cai no buraco e se depara com um mundo novo a se explorar. Esse mundo é bastante diferente do "real" em que ela está acostumada, é assustador mas ao mesmo tempo fascinante. À medida em que ela adentra em sua fauna e flora exuberante , ela fica cada vez mais curiosa... O hiperativo também é assim. Seu cérebro se delicia com desafios, mudanças, o novo é tão atraente enquanto é novo pois este dá a ele a oportunidade de sonhar , fazer planos , estimular-se e romper barreiras. Um ambiente inexplorado pode lhe causar dor (principalmente nos adultos que foram diagnosticados tardiamente pois geralmente são inseguros em ambientes novos , já que sua vida foi traçada por rótulos, constragimentos, situações embaraçosas, rompimentos) mas essa dor quando rompida a barreira do medo , pode significar um mundo de possibilidades. O TDAH geralmente é averso à rotina, a repetição não o estimula e não o mantém concentrado em tarefas que não estimulam sua mente inquieta. É por isso que Alice fatalmente estará pre-destinada a seguir o coelho branco ou qualquer coisa inusitada que chame a sua atenção e ao mergulhar de cabeça no "buraco-portal" estará visitando novamente o País das Maravilhas.
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