sábado, 12 de outubro de 2013

ALICE EM SEU DESERTO PARTICULAR

Andar sozinho no deserto é o contrário de estar à deriva no alto mar? ou dois lados da mesma solidão? Um estado devastado , uma imensidão de um vazio repleto de turbulência e silêncio? Caminho entre o sol escaldante e tempestades de areia ou noites frias sob uma lua esmagadora. Apesar de andar horas e horas sinto-me como se em voltas não chegarei a lugar algum. Talvez jamais encontre algo vivo por aqui, por isso vago entre a imensidão de areia. Alice perdeu-se de seus sonhos e depois de nada num mar de lágrimas, enfrenta o deserto de sua apatia indesejada, de seu cansaço pesante. Além das dificuldades da areia fofa , o peso que imprensa seu peito está cada vez mais forte e sufocante. Não vejo coelhos, nem rainhas, nem Jaguadartes. Pareço sucumbir à danação eterna. Isso está mais para o Inferno de Dante do que para um Mundo Subterrâneo cheio de desafios e criaturas estranhas. Há quantos ciclos já vaguei , não sei ao certo mas tento desesperadamente de um redenção dada por mim mesma. A depressão é uma das comorbidades do TDAH mais recorrentes e doloridas que se pode sentir, pois é assim que me minha carne tem sofrido sem a proteção de sua pele. Até o vento me agride em voz baixa, até meus olhos se escondem de mim mesma. Esperando que as cicatrizes mais uma vez venham me resgatar do meu deserto particular. 

4 comentários:

  1. Entendo em gênero, número e grau. Esperar as cicatrizes... é isso mesmo. Traduziu bem.
    Um grande abraço!
    Ana.

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  2. Oi Alice, sinto falta de seus posts. Mesmo os tristes como esse são belíssimos.
    Coragem amiga, os TDAHs somos muito fortes e vencemos até as comorbidades.
    Conte comigo.
    Abração
    Alexandre

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