Hoje quero evitar os espelhos , não quero mundos de cabeça para baixo , jogos de xadrez. Tenho medo das imagens distorcidas que provavelmente encontrarei, algumas me chamarão para passear por mundos estranhos , e o mais incrível é que não me sentirei tão anormal perto deles. Mas ... hoje , não posso essas distorções porque estou confusa. Não sei em que espelho ficou a minha identidade em tantas imagens diferentes de mim mesma , talvez todas sejam minhas , todas elas são secretas e se difudem no embaçado das imagens e no embaralhado de cartas de baralho. Tem dias em que você foge dos conflitos , tem dias que quer resolver tudo de uma vez ... hoje quero apenas escondê-los embaixo do tapete e evitar a sala dos espelhos.
TDAH: um assunto ainda cheio de mitos e com muito a entender. Vamos descobrir juntos? Se você tem, acha que pode ter ou convive com alguém assim, esse blog pode servir para trocarmos informações.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
domingo, 25 de dezembro de 2011
ALICE QUESTIONA
Mas uma vez chego a mesma questão : Crescer ou diminuir ? Sabemos o quanto os espelhos são perigosos mas não podemos evita-los. Assim é amar, viver ... não podemos evitar cair em buracos profundos , viajar para outro mundo onde tudo esteja de cabaça pra baixo, já que nem sei onde é o em cima e o embaixo, o lógico e o ilógico. Desde que me disseram que não existe ninguém normal , fico martelando se realmente não posso viver plenamente esses dois mundos que me aparecem. Será que as pessoas também não têm outros mundos e os escondem? Passei a vida escondendo meus mundos , me achando esquisita e feia, louca e desengonçada, quando descobri que minhas confusões : TDAH e minha personalidade. Mas também podemos chamar de sonhar, amar , viver ... E que se viva a vida então.
domingo, 18 de dezembro de 2011
ALICE ESTAVA SÓ HOJE
RELACIONAMENTO TDAH : TEMPESTADES E CULPA
Caminho até chegar no topo de uma colina e observo o Mundo das Maravilhas lá de cima, aquelas criaturinhas todas tão elas , cada um de seu jeito, felizes e satisfeitas com suas concepções , com suas idéias. Fecho os olhos e imagino o que poderia estar fazendo no mundo real. De qualquer maneira , em qualquer um dos mundos , nesse momento sentiria-me só. Sou dependende de pessoas , sou dependente do amor delas. Os DDAs podem sofrer de muitas dependência , inclusive a afetiva. Esse tipo de dependência me incomoda muito porque nesse momento sinto toda a fragilidade do meu ser. Preciso que eles demonstrem amor o tempo todo(coisa que sei que é exigir demais de qualquer um) , como uma ponte que preciso atravessar para me manter inteira. Tenho medo de virar uma "Felícia"(vide menininha ruiva ao lado esquerdo da página pra quem não conhece a personagem de desenho): sufocar coelhinhos certamente não é meu objetivo de maturidade mas , às vezes , me identifico com ela e seu afobamento , principalmente nos momentos "Alice sem noção". Assim parece que nada vai tirar essa necessidade deles(os DDAs) tão intensa , e a constante sensação de culpa em certos eventos. Depois de todas as trovoadas desnecessárias ,consigo ver que faço tempestades onde poderia ter cabido apenas uma garoa, uma chuvinha rápida. Magôo pessoas e elas me magoam porque na hora de discussões todos defendem seus pontos de vista atingindo um ao outro. A minha hipersensibilidade me faz sofrer ainda mais por multiplicar cada palavra em visões tridimensionais delas. Os DDAs costumam supervalorizar os fatos, e disso decorre uma sucessão de acontecimentos nem sempre felizes. Por isso , se alguém que convive com um DDA está lendo este post , tente ser a pessoa que releva , pois temos muitos momentos de tempestades e muitas outras de primavera , tudo envolto de muita sensibilidade e amor. Não uso o TDAH como desculpa de meus atos mas espero que as pessoas entendam que tento o máximo minimizar minhas limitações , dentre elas o impulso, o que faz muitas vezes algum ventinho teimoso fugir por alguma fresta da razão e se juntar com umas nuvenzinhas lá no canto , descansando preguiçosas, e aí o princípio da tempestade se inicia...
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
ALGUÉM ME ACHOU POR AÍ?
TDAH E A VIDA PROFISSIONAL.
Quando eu era criança lembro que queria ser bailarina mas também austronauta, médica, secretária ... enfim, uma infinidade de coisas que as crinças pensam. Mudava sempre de profissão e minha mãe sempre dizia que tinha que estudar muito para isso, embora visitar aquele lugar tão inanimado, cheio de cores , de aventuras sem a preocupação de lógica , tempo , futuro... era muito mais atrativo para mim. Minha vida escolar sempre foi muito tumultuada como já relatei antes , vivia sempre sob forte pressão da minha mãe , principalmente no final do ano em que ela me ameaçava com desde do castigo de não brincar na rua (coisa que adorava) ao internamento num colégio interno.Quando cursava o Ensino Médio estava com tanta dificuldade que até pensei em fazer um Supletivo , não o fiz porque minha mãe disse que ia se matar então me esforcei para acabar mesmo fora do tempo normal. TDAHs têm dificuldade de foco, isso muita gente sabe , mas eles nem sempre estão fadados ao fracasso , muito pelo contrário , quando acham a sua área espefícífica de atuação usam toda a sua criatividade e talento para tanto. TDAHs nunca desistem, isso é verdade. São persistentes naquilo que desejam, pelo menos até enquanto desejam. Na minha luta diária entre um Mundo e outro (RealxMaravilhas) tenho tentado conter a minha fabulosa máquina de sonhos e procurar ser prática no mundo real. A terapia tem me ajudado bastante em resolver algumas questões profissionais. Tenho até conseguido estudar, coisa que não fazia desde que concluir meu curso superior. Pois é, sou formada em História, mas os 4 anos de faculdade puseram por água abaixo toda aquela paixão e agora não consigo sequer ler um artigo da matéria. Acho que talvez a impossibilidade de criar e recriar a História tenha me desencantado, pois a mesma é uma ciência , como também outras coisas que não convém escrever aqui. Também tentei cursar Artes Cênicas na faculdade mas acho que teria que ser muito bem resolvida nesse caso , me traumatizei totalmente com as aulas (apesar de já ter tido experiências positivas com o teatro) , a academia acabou com as minhas pretenções ideológicas e criativas. Eu abandonei por completo o curso meio sem ter certeza se fiz a coisa certa. Enfim, hoje , não pretendo fazer nenhum outro curso superior pois o sistema educacional realmente não combina comigo. E nos meus devaneios incontroláveis me peguei pensando hoje em fazer um curso de hardware , mas ontem queria tanto a área jurídica , enfim , preciso delinear as minhas paixões , pois a bailarina sempre é muito graciosa mas no fim do espetáculo ninguém vê seus pés quando ela tira a sapatilha.
domingo, 4 de dezembro de 2011
ALICE E SUAS HISTÓRIAS COMICO-TRÁGICAS
micos de um TDAH
Imagine você com uma turma de amigos sentados numa mesa na beira da praia e você resolve dar um mergulho sozinha. Quando volta à mesa totalmente relaxada percebe que em volta da mesa existem caras perplexas olhando pra você e aí do outro lado, em outra mesa , seus amigos morrem de rir porque na verdade, você sentou na mesa errada. É bom rir dessas lembranças , mas na hora foi bem desagradável embora acredite que da minha coleção a pior delas foi a das malas.Estava eu, alice , viajando sozinha , indo à casa de uma amiga numa cidadezinha, na fronteira do Uruguai com o Rio Grande do Sul. Como era muito distante de Porto Alegre e ela tinha uma filhinha de meses (inclusive um dos motivos de viajar para tão longe) teria que apanhar um ônibus de Bagé (onde ela morava) para o aeroporto de Porto Alegre para voltar para minha cidade de origem. Quis fazer diferente da minha mania de sempre resolver as coisas de última hora e comprei a passagem do ônibus uma semana antes, os asssentos estavam quase todos desocupados , então relaxei. Iria viajar de meia noite e chegar em Porto Alegre umas cinco horas da manhã , mais ou menos , tempo de até dormir um pouco. Chegado o fatídico dia , bem sentadinha na minha janelinha , onde gosto de viajar , eis que suge uma senhora enooorme , mais muito obesa meeeesmooo, tipo obesidade mórbida . Prontamente pensei : "Não , isso não vai acontecer comigo". Sim isso aconteceu comigo. Ela sentou justamente ao meu lado. Não falo isso por preconceito mas eu praticamente fui expremida no vidro da janela , não podia nem me mexer durante cinco terríveis horas , pois tinha colocado a minha bagagem de mão embaixo dos meus pés para não esquecer , já que me conheço muito bem. A viagem parecia interminável mas quando chegamos , eu tava tão indignada que tratei logo de descer e pegar o primeiro táxi que vi na minha frente. Pronto, tinha me livrado daquele pesadelo, podia mexer meus braços e minhas pernas novamente , segui para o aeroporto. De repente , ao avistar o aeroporto percebi que estava faltando algo muito importante : as minhas malas !!!! Sai tão distraída com a minha ira e medo de esquecer minha bagagem de mão , que esqueci minhas malas. Quando falei para o taxista que me olhou meio atônito, meio incrédulo, tivermos que ir à garagem da empresa do ônibus , onde estava lá , minha mala sozinha, abandonada e com os funcionários esticando o pescoço para ver o tipo de criatura que eu era. Passei a viagem inteira preocupada com o despacho dela, pois pegaria uma conexão em Guarulhos, e embora me afirmassem que a mala seria despachada para o próximo avião , eu não conseguia parar de pensar na mala , até tentei avista-la através da janela do avião. Quando finalmente cheguei super ansiosa para pega-la no meu destino final ... advinha qual foi a última mala da esteira? Demorei um pouco para contar as pessoas pois me senti muito mal com esse episódio e fiquei a viagem inteira me recriminando , chateada de como as coisas aconteciam sempre comigo desse modo. Pensei na ápoca em procurar um psiquiatra pois achava que tinha algo de errado comigo. Depos eu dexei pra lá , assumi pra mim mesma e para os outros e essa virou mais uma das minhas inúmeras histórias de trapalhadas que conto e me divirto com meus amigos.
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