domingo, 22 de janeiro de 2012

ALICE ESCALA MONTANHAS

PROBLEMAS : DO TAMANHO QUE A GENTE OS VÊ
Nessas minhas andanças por lugares estranhos, pude aprender uma coisa : as dificuldades sempre se tornam maiores quando a enxergamos sem procurar a solução para elas. Só depois de acabar a tempestade podemos ver os estragos que ela trouxe mas também podemos ver raios e trovões como uma ameaça maior do que podem causar diante de seus efeitos. Nós , DDAs, temos a tendência de ver as coisas muito maiores do que realmente são. Nos afobamos , sofremos , gritamos, choramos por algo que não era tão grande assim. Várias vezes temos a impressão de ver monstros no lugar de simples moinhos e nos precipitamos em destruí-lo quando, na verdade, se tivessemos apenas nos aproximado um pouco mais, teríamos visto o que claramente eram. Quando morremos afogados na beira da praia temos o horizonte inteiro diante de nós porque somos assim , exageradamente sentimos o mundo com a carne sem pele, sentindo o vento a nos ferir de morte. Não se precipite, você que está lendo e não é DDA, a nos julgar como a maioria faz e nem se acomode , você que é DDA e também lê esse post despretencioso de justificativas, pois o dia-a-dia é um exercício mental, nas coisas mais simples temos obstáculos como lembrar de nomes, atravessar a rua com cuidado, exercutar certas tarefas sem deixá-las no meio e etc, mas somos compensados pela nossa capacidade de nos superar, e estamos vivos pois o que é fácil para nós é tedioso e insosso. Temos o desafio de enxergar moinhos como moinhos, tarefas como tarefas, DDAs como DDAs, o que realmente somos e o que queremos ser um dia sem deixar de sermos nós mesmo.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

ALICE NA CORRIDA DE OBSTÁCULOS

MAIS UMA FRUSTAÇÃO POR CAIR DO CAVALO

Numa corrida de obstáculos Alice e seu cavalo deixam os outros para trás em questão de poucos minutos, em movimentos perfeitos , ágeis , como se eles fossem um único corpo, já consegue inclusive ver a linha de chegada lá , ainda um pouco longe , mas bem mais pertos de seus rivais que nem a consegue ver. Entretanto, chega um momento em que Alice se distrai com a paisagem, existem muitas árvores frutíferas, muitas flores e animais no caminho, e até o coelho branco vestindo uma casaca que corre apressado segurando um relógio, aparece-lhe vez por outra. Quando se dá conta , Alice , por distração, deixa seu cavalo tropeçar num obstáculo. Seu corpo é projetado para frente e ela vai parar num buraco enorme que havia no acostamento da pista. E ela cai, cai, cai ... vai caindo e tentando se agarrar em algo concreto e quando consegue pegar algo, este se desfaz como areia. Quando pensa que vai ficar eternamente caindo, esta encontra o chão, ou melhor , o teto , já que o lugar está todo de cabeça para baixo.Começa um estranho jogo de xadrez que quanto mais ela tenta se aproximar de algum lugar mais distante fica dele , por mais que tente correr , sempre continua no mesmo lugar . Quando não aguenta mais cai, adormece exausta e acorda em sua pista de corrida. Para a sua desagradável surpresa todos os cavalos a ultrapassaram , alcaçaram a linha de chegada e nada há mais a fazer do que chegar lá andando sem cavalo, sem pódio , sem medalhas. Assim, acontece com muitos DDA´s quando se aventuram em seus projetos, e assim acontece comigo na maioria das vezes. Mais uma vez , senti o peso de mais uma frustação por cair do cavalo antes do fim da corrida , mas continuo andando , tentando não cair por distração no mesmo buraco que sempre teimo em cair. Tento me condicionar a levar uma corrida até o fim e como já disse repetidas vezes , o que o TDAH tem de distraído , ele tem de persistente. E a moeda , um dia virará pro outro lado.

domingo, 1 de janeiro de 2012

ALICE SAÚDA O NOVO CICLO

Feliz ciclo novo.

Festas de final de ano. Já passei algumas viradas de ano muito feliz pois aquele ano tão ruim que se passava ia embora e finalmente aqueles pesadelos e sua escuridão iam embora com as luzes dos fogos, com as ondas do mar e todos aqueles rituais de comer , beber e vestir determinadas coisas. Outros , ficava no meio da multidão me perguntando porque eu não estava tão feliz como aquelas pessoas todas e me sentia mais só e esquisita do que os outros dias do ano. Hoje vejo a virada do ano como uma coisa serena pois é só mais um dia dos nossos dias , queremos colocar ordem em nosso caos dividindo nosso tempo em partes cíclicas de uma única vida mas a impressão que dá é que tudo se renova com a virada do calendário. Conclui que não preciso fingir estar feliz se não estou , nem no dia 31 de dezembro e nem em outro dia , apenas tenho a obrigação de tentar ser feliz porque estou viva e cada dia e ano que se vai posso desperdiça-lo por pelo menos não tentar.