quinta-feira, 29 de março de 2012

PARABÉNS , ALICE!!!!

1 ANO DE BLOG.

Nem acredito que consegui tocar esse projeto (por razões meio óbvias). Um ano de blog e posso dizer que estou muito satisfeita com o resultado. Como já postei antes, em princípio a minha intenção quando comecei a escrever era a despretenciosa idéia de fazer um manual de instruções de mim mesma para as pessoas mais chegadas (principalmente por minhas trapalhadas homéricas) quando descobri que tinha TDAH. Também entrei na rede porque gostaria de compartilhar e trocar informações com pessoas que viviam os mesmos problemas desse transtorno. Continuei com o meu próprio rítmo , não obtive muito êxito enquanto manual mas recebi algumas mensagens que me encorajaram a continuar e hoje estou aqui muito feliz porque não consigo mais não me ver como Alice. Esse Blog virou meio que um olhar diferente de mim mesma, continuação da minha terapia.e uma maneira de interagir com as mais diferentes pessoas. Gostaria de agradecer todas as pessoas que de alguma maneira contribuiram para o sucesso desse projeto, seja apenas lendo, comentando ou criticando. Sejam bem vindos ao Mundo de Alice e muito obrigada pela força, pois continuarei, graças a vocês , a minha saga entre o mundo real e o País das Maravilhas.

quinta-feira, 22 de março de 2012

ALICE X PESSOAS

A BAIXA AUTO ESTIMA TDAH.

No mundo de Alice , um diagnóstico preciso na infância pode ser a diferença entre se tornar um adulto confiante de si ou não. Pessoas com TDAH que não são diagnosticadas na infância sofrem a vida toda recebendo todo o tipo de rótulos e geralmente são hostilizadas e se tornam hostis no mundo bem adverso do seu. Geralmente pessoas não conversam com coelhos de casaca nem se ausentam para viajar por outros mundos. Nossa mente corre incessantemente em busca de aventuras , nos dispersamos com muita facilidade das nossas obrigações , das regras , das outras pessoas... enfim , dificil é controlar esse furação que existe dentro de nós. Numa vida cheia de fracassos , foi muito difícil para mim criar mecanismos para sobreviver a algo que estava fora do meu controle e que eu nem sabia o que era. Sempre coloquei a "culpa" em mim mesma , rejeitando isso que existia dentro de mim , que me impossibilitava de manter o foco nas atividades diárias. Achava que simplemente era preguiça e sempre fui taxada de pavio curto , gênio ruim, agressiva e revoltada . De tanto as pessoas falarem acreditei realmente que era exatamente assim. Por que não consegui me relacionar com os outros sem feri-los , sem intempestivamente dizer coisas no calor da emoção ou simplesmente fazer barulho por nada.? Hoje , por mais que esteja administrando melhor meus sentimentos, tenho receio de muitas coisas , sinto-me insegura em relação a mim mesma, tenho uma auto estima baixa e desenvolvi uma ansiedade que muitas vezes me corroe por dentro. Tenho fobia social , sofro toda vez que tenho que me aventurar em um novo ambiente , me fecho como um caracol e só me sinto à vontade quando estou com meus amigos íntimos. Na faculdade , quando tinha um trabalho em grupo ou fazer uma apresentação para a turma sofria desde o primeiro momento em que era comunicada pelo professor até dias depois da apresentação pois não consigo controlar meus pensamentos quando falo em público e geralmente o resultado é desastroso. Não é à toa que Alice não tenha pudores em conviver com criaturas estranhas do Mundo subterrâneo, na realidade ela se sente mais parecida com eles.

quinta-feira, 15 de março de 2012

VIDA DE ALICE

TALVEZ SÓ AS MÃES SEJAM FELIZES.

Seres tão maravilhosos e em muitos momentos perfeitos mas que em outros nos ferem de morte. Não levem para o lado pessoal , mães TDAHs ou de TDAHs ou não. Estou aqui falando como filha que nem tem filhos ainda. Não pretendo aqui neste Blog cientificar nada, nem ser a dona da verdade ou me fazer de maior vítima da humanidade , apenas exponho meus sentimentos e tento compartilha-lhos com vocês que me leêm nesses momentos. Minha mãe não aceita meu diagnóstico (acontece muito ainda com os pais de filhos com TDAH) nem a possibilidade de sua filha não ser "perfeitinha" , apenas ignora o fato de que não sou igual aos meus irmão como nenhum irmão é. Não posso viver minha vida como ela acha que é (conflito mais casual entre pais e filhos). Por que não digo isso a ela ? Já falei milhares de vezes, inclusive que não sou mais o bebê da mamãe. Até aí , normal. No começo, quando descobri a possibilidade de ter TDAH, tive a ideia de escrever num Blog para fazer uma espécie de manual de mim mesma para quem convive comigo pois sempre tive a dificuldade de me fazer entender e até mesmo de fazer com que as pessoas me levassem a sério pois sempre recebi os mais variados rótulos que um ser humano poderia receber e ainda sim continuo tentando descola-los da miha pele , alguns se borraram e continuam com aquela cola preta de séculos , impregnada como uma sujeira , escura , para me lembrar a quê ela sempre pertenceu. Alguns foram embora com a minha infância mas muitos deram lugar a esses. E , finalmente alguns , continuam aqui bem visíveis como uma tatuagem e talvez só possa sair com algumas sessões de laiser. Voltando ao Blog, para a minha frustação pessoal não posso contar muito com a leitura de meus familiares e amigos que não demonstraram interesse algum por ele (Come exceção do meu namorado, estudante de psicopedagogia ). Com algum tempo , esse Blog virou uma espécie de complemento da minha terapia , e confesso que me senti bastante realizada quando percebi que pessoas desconhecidas acessam meus posts e fico muito feliz quando recebo comentários, sejam eles quais forem, e de sentir que posso compartilhar tudo isso com as mais variadas pessoas da rede. Quando a minha mãe , família e amigos que não compartilham isso comigo, continuo amando-os mais do que nunca pois aceito suas escolhas e posso dizer que agradeço a imensa sorte de tê-los em minha vida.

domingo, 4 de março de 2012

ALICE...QUEM É ESSA?

CAOS TDHUMANO.

 Hoje eu não sou Alice, não sou Giselle, não sou ninguém em especial. Sou apenas alguém que se sente injustiçada por outro que se sente injustiçado. Tenho meus motivos e todos têm os seus. Numa guerra todos lutam por seus territórios e muitas vezes pelos dos outros também. Na vida também vejo que é assim. Mas exatamente hoje, exatamente hoje que não sou ninguém , não quero ser nada e não sou nada em especial, nem a maior vítima da humanidade, nem alguém feliz; alguém "normal" (se é que a normalidade existe) nem alguém com TDAH. Sou apenas um número no IBGE, nas estatísticas que não mostram meus medos, meus sonhos , minhas mágoas , minhas frustações. Sou alguém que talvez ainda não tenha aprendido a amar ou que espera "muito" de quem se ama (mas o que é o muito para quem ama senão o infinito?).Talvez não saiba quem somos, nós humanos, mas principalmente quem sou além de uma ponto preto pra quem me vê lá de cima. Alguém que não se vê no mapa mas que abstratamente está em algum ponto minúsculo, imperceptível...  mas me vejo por dentro também embaçada, imperceptível para muitos, com um destruidor redemoinho a aniquilar os neurônios da minha cabeça, tento descobrir sentido para as minhas perguntas existênciais ... amassando meus sentidos tento expremer algo sereno no meio do caos e tento encontrar alguma substância onde possa classificar na tabela periódica , nas leis da física , na neurociência ou no dicionário. Acho que nem sei quem sou ao certo.E você que me lê, quem é?