domingo, 26 de agosto de 2012

A DOR DA QUEDA.

Caio num buraco sem fim, caindo, caindo... gostaria que dessa vez eu fosse parar no País das Maravilhas... sim, juro que dessa vez gostaria , mas agora caio no chão, e dessa vez não amorteci a queda em nada, estou em pedaços, com a dura realidade que teimava em não ver. O pior é que quando tentei me erguer , percebi que não havia chão, então continuei a cair novamente pois ao contrário do que as pessoas dizem a realidade não é tão sólida e identificável, pelo menos não para mim que sofro de uma doença estranha chamada sonhos. Gostaria que meu amigo coelho branco de casaca  aparecesse agora para apostar uma corrida para além do Mundo Subterrâneo e até mesmo passar uns dias lá de férias para descansar de tudo , mas ninguém apareceu para me salvar. Em vão, tento apoupar a cortina de fumaça que me entontece, que agora me deixa perdida e  sem rumo porque minhas arestas despencaram e estou completamente sozinha. Algum dia imaginei que poderia sanar minha solidão com alguém que aceitasse a minha personalidade multante , mas acho que mais uma vez calculei errado, me iludi , me distrai e perdi, mais uma vez. Como dói a dor da mutação da lagarta , quem vê a borboleta voando tão livremente e alegre nem imagina, agora eu sei.

6 comentários:

  1. Oi Alice!
    Dolorido e belo texto.
    Não desanime, erga-se, o TDAH que nos derruba é o mesmo que nos dá força e coragem para continuar a caminhada.
    Um abraço
    Alexandre

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mesmo que a gente quisesse desistir , não dá, né? Obrigada pela força. Um Abraço.

      Excluir
  2. Quero desistir a todo momento, mas parece que existe uma força maior dentro de mim que não deixa. Entendo perfeitamente o que você disse.

    Muita força !!!
    Bjs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pois e, Silbene, o TDAH sempre corre desesperadamente pela vida. Não lembro onde li isso mas acho que é verdade. Nossa persistência é nossa redenção. Continue sua luta também. Um abraço.

      Excluir
  3. Olá..
    É amiga.. estamos no mesmo barco..tb tenho Tdah e descobri há menos de um ano, não esta sendo fácil, mas pelo menos agora eu sei que o que eu tenho é um transtorno e não uma preguiça, desorganização que era uma opção.. Sou divorciada e acredito que não irei encontrar essa "ajuda" "companheiro" como vc sugeriu no post, sou totalmente anti social, adoro ficar em casa, das poucas pessoas que eu tentei ter um relacionamento, foi uma catástrofe...
    Estou adorando seu blog..continue postando sempre..
    Abrçs

    ResponderExcluir
  4. Lis , realmente não é fácil aceitar que temos um transtorno. Passei pela fase da dúvida e da negação , até que hoje estou aceitando mais isso. Quando descobri que tinha TDAH parece que toda a minha vida começou a fazer sentido mas mesmo assim foi muito difícil,foi preciso muitas sessões de terapia e o Blog tb me ajudou bastante. Quanto a um relacionamento , não é fácil pra ninguém (principalmente pra gente, neh?)mas temos que continuar acreditando que a dor da metamorfose sempre nos fortalece, senão as coisas perdem o sentido e principalmente as cores. Obrigada pelo incentivo, às vezes preciso disso pois como muitos TDAHs tenho a autoestima baixa, enfim ... nosso barco precisa seguir seu curso, pra frente sempre. Um abraço.

    ResponderExcluir