Costumo dizer que não tenho medo de nada, apenas de baratas voadoras e de pessoas. O primeiro, acho que não é bem um medo, mas uma fobia, asco... sei lá. Isso permeia entre um instinto absolutamente estúpido de imaginar que aquela criaturinha asquerosa sabe do meu pavor , pois se existem mil pessoas no recinto, vai ser a mim que ela vai perseguir. Poderia contar inúmeras situações ridículas sobre isso, mas prefiro me ater ao meu segundo medo: as pessoas. Esse também não é exatamente um medo, é como uma cicatriz. Sem muito "mimimi", o fato é que quem sofrem desse transtorno , geralmente, tiveram um histórico de vida complicado, cheio de frustrações, culpas, fracassos, intolerância e muitas vezes , uma imagem invertida de si mesmo, principalmente, para aqueles que passaram uma boa parte da vida sem diagnóstico . É como o espelho de Alice, o mundo do espelho é muito parecido com o real, só que ao contrário e cheio de coisas inexploradas que só é possível acessa-las quando se penetra nele. Esse mundo do espelho é assustador para algumas pessoas, para mim, a vida real é bem mais. Recentemente , descobri que o escopo do meu trabalho é basicamente a relação com pessoas. Tenho descoberto , como anteriormente dito em algum post, algumas habilidades e desejos que desconhecia quando assumi a chefia do meu setor, e , para o meu grande espanto, gosto da área de gestão e atendimento ao público mas , vivo em conflito na maioria das vezes. Bem, como um bom exemplar de Alice, sempre vivi entre o caos e o abismo , até a próxima aventura me fazer abandonar a parcimônia . E aqui estou eu, como não imaginava que estaria: tentando transformar um grupo desunido em uma equipe , ou pelo menos, realizar algumas melhoras no setor e administrar conflitos. (logo eu?). Também estou me dedicando atualmente a uma seleção de mestrado. (logo eu?). Pois é, tenho perdido o sono e a paz que nunca conquistei de fato, mas antes isso do que a apatia em que me encontrava. Já me inscrevi, elaborei um pré-projeto, que no momento achei maravilhoso, agora estou achando um lixo. Antes de analisarem o meu projeto, terei que me submeter a duas provas, uma de conhecimentos específicos e a outra de proficiência em língua estrangeira. Durante os estudos , me assaltam pensamentos do tipo: Não vão aprovar meu projeto, por que estou estudando? Eu sei, talvez esteja bom , e que todo conhecimento é válido e bla-bla-blá mas essa é a minha versão invertida do espelho, não consigo ter clareza na hora de me olhar nele, mesmo sabendo que os TDAHs tendem a ter uma imagem negativa de si mesmo , e que o demais nunca é o bastante. Estou lutando contra esses pensamentos cruéis e tentando seguir em frente sem medo de me estabacar no chão, ou pelo menos tendo a consciência que ainda posso , depois de tudo, recolher os cacos do espelho e reconstruir a imagem refletida em seus pedaços colados.
TDAH: um assunto ainda cheio de mitos e com muito a entender. Vamos descobrir juntos? Se você tem, acha que pode ter ou convive com alguém assim, esse blog pode servir para trocarmos informações.
segunda-feira, 22 de junho de 2015
ALICE E OS MEDOS ATRÁS DO ESPELHO
18. Tenho um verdadeiro pavor de baratas, principalmente as voadoras, mas geralmente não costumo ter medo de nada. As baratas sentem isso e aproveitam para me aterrorizar. Já fui dormir mais cedo porque tinha uma barata na sala e estava sozinha em casa. Do post "25 coisas sobre Alice".
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Dois lados do espelho. Os lados opostos e que se somam...rs
ResponderExcluirFlertar com o caos desejando o equilíbrio. rs. Por aí...
ExcluirParabéns, Aline! Diariamente lutando contra seus fantasmas, tiro o chapéu pra você.
ResponderExcluirQuanto ao medo de baratas, a minha mãe nem pronuncia essa palavra. Ela diz "aquele bicharoco". kkkk
Abração!
Tenho certeza de que vai conseguir. Seu projeto deve ser mesmo muito bom!
Alexandre
Obrigada, Alexandre. ahahhahaha..."aquele bicharoco" é ótimo, ainda bem que não aparecem com frequência no meu apartamento (rs). Quanto ao projeto ,vou ser bem sincera : realmente não estava bom. Passei nas provas mas o meu projeto não foi aprovado. Mas não desisti dele. Escrevi um artigo para o meu TCC e tirei nota máxima. Vou reescrevê-lo, procurar ajuda de um professor da área para me orientar e vou tentar novamente. Talvez até publicar meu artigo . De qualquer modo, mais uma vez e de dezenas de vezes, obg pela força.
ExcluirUm abraço.